sábado, 19 de junho de 2010

Esta semana, lá no meu trabalho (Quando a realidade supera a ficção)


Contexto: Jovem de 16 anos a ser inquirido na qualidade de testemunha.

- O senhor está aqui como testemunha e tem que responder com verdade a tudo quanto lhe for perguntado sob pena de incorrer em responsabilidade criminal. Jura dizer a verdade?
- ãhhh? Quê?
- Tem que jurar dizer a verdade.
- …
- Tem que dizer juro.
- Ya!
- Não é ya. É juro! Tem que dizer juro.
- Porquê?
- Porque na qualidade de testemunha, a lei obriga-o a prestar juramento antes de depor.
- Antes do quê??? E o que é disse sobre não sei quê do crime?
- O senhor percebe português? Está a perceber aquilo que lhe estou a dizer?
- pá, não é preciso estar a ofender…
- (suspiro profundo) Pronto, está bem! Diga juro, vá!
- ya, ya!
- (Dois tons acima daquilo que seria razoável) Olhe, eu vou explicar de-va-ga-ri-nho: Quer sair daqui com um processo-crime?
- Nãaa.
- Então vai-me fazer um favor. No preciso instante em que eu me calar, o senhor diz a palavra juro. Depois senta-se e não volta a abrir a boca até alguém lhe perguntar alguma coisa. Pode ser?
- (quarenta segundos depois, no decurso dos quais Tico e Teco se envolveram numa luta entre a necessidade de cumprir a ordem ou responder à pergunta “pode ser?”)
- Juro! Ya!

5 comentários:

  1. JURO que não acredito nisto......ya.....há mesmo trabalhos fixes, ya!

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  2. ya, ya! bué de baril...especialmente quando nos dizem coisas como "não é preciso estar a gritar" e nós constatamos que, efectivamente, estamos mesmo a gritar.

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  3. Curte-me esta: se tivesses um martelo à tua disposição, mana, o mesmo já teria voado para cima da cabeça de alguém. Yo.

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