quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Quando o telefone toca


Habitualmente, o visor do telefone só revela este emissor quando há lágrimas pelo meio.
Vindas do outro lado, com queixume e lamentações.
Aliás, daquele lado, ao longo de cerca de 35 anos, sempre só ouvi lamentações.
Não lhe duvido da natureza dos sentimentos, embora tal de pouco valha se no mundo exterior praticamente tenho que os adivinhar.
A não ser que me venham pedir colo. E fazer queixas, e carpir mágoas alimentadas a delírios e obsessões.
Ontem foi mais ou menos assim. Embora a coisa tenha soado a expiação de culpas.
O móbil? A história do puto que pede € 15,00 emprestados ao pai para lhe comprar os € 30,00 que ganha por hora contra o regresso a casa uma hora mais cedo.
Aquele que, residindo a 2 km, não faz visitas, não procura nem dá notícias, a não ser quando se distrai muito, desfez-se em lágrimas ao contar o emocionante postal informático que qualquer outra alma atormentada lhe fez chegar.
E pronto, interrompidas que foram cerca de 3 ou 4 semanas de silêncio, considera-se feito o refresh.

2 comentários:

  1. Presumo que pelo meio se tenha esquecido de te perguntar como estás...

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  2. Sei... A mim ligou-me, um outro dia, feliz...por causa da "charanga".

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