terça-feira, 29 de abril de 2014

"(...) Bem, Iocanaan, eu estou viva; mas tu estás morto e tua cabeça pertence-me (...)"


Já pouco importa se Salomé e João Batista, com as motivações fúteis da primeira e a inocência santa do segundo, ou se Judite e Holofernes, em nome da sobrevivência do seu povo, ela, e no justo castigo do atacante, este último.
Uma vez estendido o prato, a cabeça cortada, o sangue derramado, o destino cumprido, os instintos aplacados (nossos ou dos outros, já pouco importa), fecha-se a porta, vira-se a última página do livro, desliga-se o sonho, muda-se a agulha do pensamento de faixas múltiplas.

E depois o silêncio e a paz do fim. 
Prémio repartido entre carrasco e condenado.

Quadro de Klimt (Judith I)
Título de Oscar Wilde in Salome

3 comentários:

  1. Bem, Iokanaan, fez bem por isso: não foi particularment cortês com Salomé, to say the least :)

    Iokanaan. Arriere, fille de Babylone! C'est par la femme que le mal est entre dans le monde. Ne me parlez pas. Je ne veux pas t'ecouter. Je n'ecoute que les paroles du Seigneur Dieu.

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