sábado, 2 de agosto de 2014

Diário de Bordo

Depois do fracasso do meu romance epistolar com Herberto, o escritor - que descobri ter mais de oitenta anos e que conseguiu partir-me o coração sem que alguma vez, sequer, lhe tenha posto a vista em cima -  comecei a pensar que talvez esteja há demasiado tempo neste navio e não seja má ideia ir ver pessoas que não usem tapa-olhos e falsas pernas de pau.
Pretendendo aproveitar para esbanjar todo o conteúdo dos nossos cofres, uma rápida pesquisa no Google fez-me perceber que é em Nova Iorque que o posso fazer de forma mais rápida e discreta. 
À primeira vista pode parecer um acto egoísta, mas faço-o em prol da formação espiritual e da saúde da minha tripulação que, desde que enriquecemos com o negócio da venda da caca da baleia, não faz outra coisa a não ser apanhar sol na piscina. Começo finalmente a perceber a que se referem as pessoas que insistem em jurar que o dinheiro é um cancro. No nosso caso, pode vir a ser de pele. 
Deixo o comando do navio entregue a Álvaro de Campos, depois de uma aturada reflexão de vários dias que culminou com um-dó-li-tá. Como está quase sempre em coma alcoólico, antevejo aquele nível de anarquia indispensável ao bom funcionamento de qualquer instituição.
Voltarei quando conseguir esbanjar o último dólar.

2 comentários:

  1. Podemos ir a um bom cabeleireiro? :DDDDDDDD

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    1. Vamos ao do bergdorf goodman, boa?
      E aproveitamos para umas compras!
      $$$
      (depois temos de ir apanhar mais cócó de baleias? Ou pusemos o dinheiro a render? Por favor, digam-me que não foi no BES...)

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