sábado, 14 de março de 2015

E foi assim que te perdi


Mas entretanto caíram tantas folhas de calendário que me foi impossível manter a memória da pele. Como se a cada banho se esvaíssem as tuas células pelo ralo e se me perdessem as recordações na obscuridade dos subterrâneos interstícios da canalização e do esgoto público. Ainda conjeturei a possibilidade de os ir recuperar junto ao mar. De te ir recuperar junto ao mar. Mas depois lembrei-me que não acredito nos princípios da homeopatia. Não concebo nenhuns efeitos à memória diluída na partícula. 

2 comentários:

  1. Às vezes controlo-me. Leio os teus textos e comento só para mim, não me quero tornar repetitiva. Mas hoje repito-me (é da primavera, acho): como gosto de te ler, Cuca!

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