sábado, 10 de outubro de 2015

Brincar com a chuva

Kierkegaard, o cão Pirata, apesar de irremediavelmente louco, é demasiado burguês e cobarde para gostar de passear à chuva. Diverte-o, isso sim, fugir da chuva por entre telheiros, beirais, abrigos, onde logo que se sente seguro, sacode dos bigodes as gotas da chuva que quase, mas apenas quase, o apanharam.
Exatamente como alguns loucos humanos que conheço, relativamente a essa outra incómoda condição atmosférica, que é o amor. 

4 comentários:

  1. Pirata, um cão que goste de passear à chuva tem de se chamar Fred Astaire.

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    1. Quer o querido anónimo mauzão dizer que o velho Kierkegaard não seria homem para uma boa dança à chuva?

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    2. Depois de um esforço hercúleo para não desencapotar aqui aqueles encapotamentos de que só nós sabemos, Pirata, aquilo não era homem nem para uma dança da chuva quanto mais para uma dança à chuva e ainda por cima, boa.

      Como é que eu sei estas coisas?

      "Poderia a gota da chuva, por quanto longa seja a sua queda, esquecer o céu de onde cai?"

      ... Uma gota que nos dá Kierkegaard (controla-te anónimo mauzão, tu és capaz) e ainda assim está cheio de pena da gota de chuva celestial que cai desamparada ao som do coro de anjos, a gota de água e luz mais bela e amada...

      Ainda não se chama "dançar à gota de chuva" única e pristina. Não, não me parece que o rapaz chapinhe na lama e salte pocinhas.





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    3. Ainda estamos a falar de Soren, não estamos?
      :)))

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