sábado, 21 de janeiro de 2017

Um resto de frio

Deitada no cesto da gávea estendo a mão para colher um resto de frio. Fecho-a para que não se escape por entre os dedos. Guardo-o, com cuidado, dentro de um dos bolsos do vestido. É um frio bom. Do azul infinito que antecede as estrelas. Da leveza da caxemira enrolada ao pescoço. Do cheiro do lume nas lareiras. Deitada no cesto da gávea antecipo o calor dos telhados de Lisboa. E guardo, para então, este resto de frio azul.

4 comentários:

  1. neste meu modesto estabelecimento tenho frio para todas as cores... directamente exportado das calotas, de grande qualidade, garantia de pelo menos dois anos... posso enviar catálogo...

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    1. Tens serviço de armazenamento e conservação de um instante de frio?

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    2. que pergunta mais estapafurdia... claro que tenho serviço de armazenamento e conservação para instantes de frio... e até tem estantes, e gosto muito de dizer: tenho estantes cheias de instantes...

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    3. Quanto custa um instante de frio bom?

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